Reverência, tirar os sapatos, servir com duas mãos, onggi, etiqueta à mesa e muito mais. A seguir, reunimos os costumes mais comuns que você vê nas produções, com explicações rápidas para você entender o “porquê” por trás de cada cena.
1) Reverência (인사 · insa)
Inclinar o tronco é a forma padrão de cumprimentar, agradecer e pedir desculpas. A profundidade do gesto varia conforme a situação e a hierarquia — quanto maior o respeito, mais profundo é o arco. Em ocasiões solenes ou feriados (como Seollal e Chuseok), é comum ver o sebae, uma reverência mais formal.
2) Tirar os sapatos antes de entrar
Em casas (e às vezes em restaurantes com tatame/“sala de chão”), os sapatos ficam na entrada. Além de higiene, é questão de conforto: o piso costuma ser aquecido pelo sistema ondol. Muitas escolas também usam tênis “indoor”.
3) Servir e receber com as duas mãos
Entregar cartões, presentes, copos e garrafas com as duas mãos demonstra educação. Se usar apenas uma, a outra costuma apoiar o antebraço ou o punho — gesto de respeito, especialmente diante de alguém mais velho ou de posição superior.
4) Virar o rosto ao beber diante de mais velhos
Ao brindar com superiores, é comum virar levemente o rosto e cobrir o copo com a mão — sinal de modéstia e reverência. Também se evita servir a si próprio; você serve o outro e ele retribui.
5) Onggi e a arte da fermentação
Os potes de barro (onggi) aparecem em varandas e quintais para fermentar kimchi, pastas como doenjang (soja) e gochujang (pimenta). É uma tradição ancestral que regula temperatura e “respiração” do alimento.
- Salgas e secagens ao sol: legumes e frutos do mar podem ser salgados e deixados ao sol para desidratar/curar, etapa que intensifica sabor e preserva. Simboliza “paciência” e cuidado multigeracional.
- Geladeira de kimchi: em lares modernos, uma “kimchi-refrigerator” aparece como upgrade da tradição.
6) Regras clássicas à mesa
- Esperar a pessoa mais velha começar a comer.
- Não fincar os hashis verticalmente no arroz (remete a rituais fúnebres).
- Evitar passar alimento de hashi para hashi.
- Banchan (acompanhamentos) são compartilhados; pegue porções moderadas.
- Mantenha tigelas e pratos organizados; não movimente a mesa desnecessariamente.
7) Linguagem honorífica e hierarquia
O coreano tem níveis de formalidade. Títulos e sufixos como -ssi, sunbaenim, seonsaengnim e os famosos oppa, unni, hyung, noona marcam respeito, idade e proximidade. Em escritórios, o cargo substitui o nome.
8) Dar presentes (e como entregar)
Em visitas ou agradecimentos, presentes como frutas, kits de banho ou óleo são comuns. Embalar com capricho — às vezes com bojagi (tecido tradicional) — valoriza o gesto. Entrega-se com as duas mãos e pequenas recusas de cortesia podem acontecer antes da aceitação.
9) Números, cores e pequenos tabus
- Número 4: pode ser evitado por soar como “morte” em sino-xênico (tetrafobia).
- Nome em tinta vermelha: historicamente associado a maus presságios; evite escrever nomes completos em vermelho.
10) Jjimjilbang (banhos públicos) e espaços de convivência
Os doramas adoram cenas em saunas/jjimjilbang: é lazer em família ou entre amigos, com salas temáticas de calor, descanso, ovos cozidos e roupas padronizadas.
11) Reciclagem rigorosa
Separar lixo reciclável, orgânico e resíduos alimentares é levado a sério, e as regras do prédio/bairro costumam ser seguidas à risca. Em doramas urbanos, ver sacos padronizados e estações de coleta é comum.
12) Cultura da conveniência
De lojas 24h a delivery ultrarrápido (com vasilhas retornáveis em alguns bairros), a facilidade do dia a dia é um “personagem” à parte — quantas cenas inesquecíveis já começam numa loja de conveniência, não é?
13) Tropos que viraram meme
- “Quer comer ramyeon?” — pergunta ambígua que pode soar como convite íntimo.
- Casais combinando roupas/itens — anéis, capinhas e moletons “couple”.
- Guarda-chuva compartilhado — símbolo clássico de aproximação romântica.
14) Escola e trabalho: disciplina e coletividade
Uniformes, clubes escolares (dongari), cerimônias de entrada/saída, reuniões de equipe e hoesik (jantares de empresa) mostram como o coletivo e a hierarquia moldam a rotina — tema frequente de conflitos e crescimento pessoal nos doramas.
Nota cultural
Os doramas refletem recortes e estilizações. Costumes variam por geração, região e contexto. Pense nestes exemplos como “chaves de leitura” para aproveitar ainda mais cada cena.
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